terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aparências

Há quem tenha alento
E segure porte de grupo...
Há quem no primeiro cumprimento
Saia duplamente surpreendido
E disfarce o arrependimento com lata de puto...

Na circunstância do método enxertado,
Há quem tenha rétorica
E não tenha estado...
E há quem corra pela afirmação,
E hipoteque o carácter avassalado...

E há quem viva de aparências,
Na comparação achada possível
De querer ser o que não é
Por pensar, de que tudo é,
Incomparavelmente acessível!...

1 comentário:

  1. Augusto,
    Ainda ontem ao fim da tarde estivemos juntos, falando do que nos ía na alma, do que condiciona o físico, apelando a uma sensibilidade mais forte, menos matreira do psíquico que nos passa a rasteira e sem dó nem piedade nos fragiliza pela diferença... para vermos o mundo melhor, com mais óptimismo, menos fantasia, (é que a realidade nem sempre nos toca)e o nosso mundo interior é inviolável, etc. e tal... foi bom o reencontro!
    Deparo-me então com o seu blogue que o amigo me indicou "no papelinho" e aqui está: poesia sentida e bem conectada com a realidade existente (à qual não nos identificamos, nem um bocadinho!.
    "Aparências" bem apropriadas ao comum dos mortais.
    A vida é feita mesmo de aparências! Os sensíveis reparam e lutam para sobreviver a elas.
    A transparência é tão fundamental!!!
    Um abraço da amiga (vizinha) de Famalicão,
    Manuela Estrela

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